Artigo por Maria Clara Machado
Publicado por Leon Pires
É impossível negar: vivemos a era da imagem. O corpo, que deveria ser sinônimo de saúde e bem-estar, virou um símbolo de status, aceitação social e até sucesso profissional. Basta abrir o Instagram para ver uma enxurrada de corpos “perfeitos”, treinos intensos, dietas milagrosas e transformações impressionantes. Mas por trás de tudo isso, uma pergunta incômoda surge: será que as pessoas estão realmente preocupadas com a saúde ou apenas tentando se encaixar em um padrão estético que parece impossível de alcançar?
O Brasil é o segundo país com o maior número de academias no mundo, com mais de 34 mil unidades, segundo a Associação Brasileira de Academias (Acad Brasil). Apesar disso, dados do IBGE mostram que mais da metade da população está acima do peso e 22% são considerados obesos. Isso mostra uma contradição evidente: mesmo com tantas opções de lugares para se exercitar, os hábitos saudáveis não estão, de fato, sendo adotados pela maioria. Por quê?
Grande parte da resposta está na forma como a atividade física tem sido encarada. Em vez de ser um espaço de cuidado e prevenção, as academias se transformaram em vitrines de corpos e metas estéticas. Muitos frequentadores não estão ali pelo prazer de se exercitar ou pelo desejo de viver melhor, mas sim pela pressão de atender a um padrão. Um padrão, diga-se de passagem, que é cruel e, muitas vezes, inalcançável.
É justamente essa cobrança que tem levado muita gente a exageros. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o Brasil já é o segundo país com maior consumo de anabolizantes. A maior parte dos usuários são jovens entre 18 e 25 anos, que buscam resultados rápidos e não se preocupam com os riscos — que vão de alterações hormonais a problemas sérios no fígado e no coração. Além disso, o uso de suplementos sem orientação cresce a cada ano, alimentado por influenciadores e promessas de “corpo ideal em 30 dias”.
E você, já parou para pensar nos motivos que te levam a treinar? É por você ou pelos outros? Pela saúde ou pela aparência? Quantas vezes a gente se olha no espelho e sente que precisa mudar algo não porque queremos, mas porque achamos que “deveríamos”?
As redes sociais têm um papel central nessa pressão. A comparação constante com pessoas que vivem do próprio corpo — muitas vezes com recursos que a maioria não tem — gera frustração, ansiedade e até transtornos mentais. Não é à toa que aumentam os casos de dismorfia corporal, quando a pessoa passa a enxergar defeitos que nem existem e vive insatisfeita com a própria imagem.
É claro que não há nada de errado em querer melhorar o corpo, sentir-se bem com o espelho ou buscar uma aparência mais saudável. O problema começa quando o bem-estar fica em segundo plano, e a estética vira obsessão. Quando a academia deixa de ser um espaço de superação pessoal e vira um campo de comparação constante.
Por isso, é importante repensar a forma como nos relacionamos com o próprio corpo. Fazer exercício deve ser uma escolha livre, baseada em autocuidado, e não em pressão. Ter um estilo de vida ativo é fundamental, mas isso não precisa, e nem deve, ser motivado pela culpa, pela vergonha ou pela necessidade de se encaixar em um padrão. Cada corpo é único, com seu próprio ritmo, limites e beleza.
Em tempos em que tudo é imagem, treinar por saúde é um ato de resistência. Aceitar seu corpo, cuidar dele com carinho e respeitar seus limites talvez seja uma das maiores formas de liberdade que podemos conquistar.
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