Crônica por Lorena Durans
Publicado por Giovanna Bernardes
“Te amar foi legal demais e me deixou muita coisa linda, isso é o mais bonito.Te amar é lindo e tu é uma pessoa que não merece só amor, merece poema, merece muito sol,merece que procurem pedra e façam mural pessoal de fotos tuas kkkkkkkkkkk. Te amar romanticamente me ensinou a amar de todas as formas. Tu é um verdadeiro patuá, dos que a gente ama sempre e sente a sorte sempre perto.”
O que a gente faz quando um amor vai embora assim? Quando ele vai embora e deixa-te preenchida de um vazio imenso?
Sorte e dor. Eu tive a sorte e a dor de viver o amor mais lindo já visto no mundo. Não existem histórias de amor que chegariam aos pés da nossa -e das nossas 26 páginas compartilhadas. Tenho certeza de que os escritores românticos de livros baratos pagariam pra nos escutar contar sobre o amor entre duas artistas afogadas em romantismo e melancolia. Entre duas pessoas diferentemente iguais. Duas pessoas que, em meio a tantas diferenças, encontraram o cais, encontraram universos que se colidiram quase como magia.
Carla Madeira diz,“O que mais existe no mundo são pessoas que nunca vão se conhecer. Nasceram em um lugar distante, e o acaso não fará com que se cruzem.Um desperdício. Muitos desses encontros destinados a não acontecer poderiam ter sido arrebatadores. Por afinidade, por atração que não se explica, por força das circunstâncias, por químicas ocultas, quem pode saber? É preciso uma coincidência qualquer para que o amor se instale. Existe um certo milagre nos encontros. Não é tolo dizer que o amor é sagrado.”
Essa certeza eu tenho. O amor é sagrado, e o nosso foi mais ainda. De todas as coincidências, logo as nossas todas se instalaram de forma que um universo inteiro fosse criado. É engraçado não precisar se traduzir para alguém, com ela, era como se os sentimentos fossem compartilhados entre nós, o que se torna meio contraditório, porque, ao mesmo tempo, a gente vivia na necessidade da tradução. Quando entrávamos no mundo em que ninguém mais sabia da língua além de nós, tudo transcendia. Foi no mundo só nosso, com nossa própria língua, nossas próprias gírias, nossos próprios países e estados e ruas e casas e museus, muitos museus, que EU transcendi. Que eu aprendi o significado do amor como ação. Aprendi que o amor se faz presente na espiritualidade. Na oração.Existe forma mais linda de amar além de pedir para os seus cuidarem de outro alguém?Aprendi que o amor se esconde nas entrelinhas dos poemas, nas paráfrases das poesias,nas cartas ridículas -talvez sinceras demais- nas páginas dos livros e nos versos do cotidiano. Ele existe para além do toque e da fala, ele faz a alma se entrelaçar de longe. O amor existe na liberdade. No aconchego. Nas encruzilhadas que cuidam. Nas casas azuis.Nos museus particulares que fariam o próprio Louvre se enciumar. O amor existe no banco de cimento e na lua como fofoqueira. Na filosofia. Ela me ensinou que, com a pessoa certa,o medo perde o tamanho e quem engrandece é você. Quando a amei fui gigante e tenho certeza que se ela pedisse, eu conseguiria pegar uma estrela cadente para ela enquadrar e fazer todos os pedidos do mundo, ou talvez, eu mesma poderia virar uma estrela cadente e realizar todos os desejos dela.
Ela extrapola todos os limites e deságua no absurdo, ela naturalmente transforma tudo em arte: tecido, tela, tinta, palavras e ações. Ela me transformou em arte, e até hoje,inspira-me a fazer arte. No universo que nós criamos, tudo terminava em arte, e hoje, de onde ela estiver, inspira-me a fazê-la, nem que seja pra demonstrar meu medo e cansaço.
Percebi e amei -e amo- um anjo. E esse anjo existe em mim. Em todo lugar. O tempo todo. Meu patuá. Meu amuleto. Minha definição de arte. Dedico aos maiores olhos que já vi.Aos olhos que me ensinaram a ver a vida como vejo hoje. Com amor.
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